Não sei se é uma forma de me desprender do que ficou pra trás ou de recomeçar, mas não consigo continuar escrevendo no mesmo lugar por muito tempo, talvez pela nostalgia que aquilo me traz, talvez por querer olhar pra frente - ainda que continue olhando para um ponto fixo do meu passado, que não muda, que não se afeta nem sofre com os acontecimentos e nem envelhece com o passar do tempo. É uma daquelas manias feias que eu tenho, das quais não é tão simples de se livrar.
Falta menos de uma semana para o fim das aulas no IF e a multiplicidade de sentimentos que habitam meu peito é bem superior a que o meu coração está acostumado. É um quê de alívio, mas com um vazio enorme de saudade. É uma sensação de dever cumprido, mas com uma vontade enorme de continuidade.
Aquele lugar é o meu refúgio, meu cantinho pra passar o tempo, fugir dos meus problemas, rever amores e amigos. É minha casa, o lugar onde morei por quatro anos e onde passei muito mais tempo que aqui, onde realmente moro. É o lugar que, por mais que me gere estresse, impaciência e às vezes até ódio, me acalma e que me acolhe sempre. Quando procuro por calmaria, tem o corredor do esquisitão, a arquibancada, a biblioteca, os vestiários, as costas do bloco novo. Quando procuro euforia, tem as salas, o auditório, a cantina, o CC, o ginásio. E ter que se desfazer de tudo em tão pouco tempo gera um impacto que só atinge a gente quando a correria cessa, o silêncio domina e as lembranças começam a surgir na mente. E como dói.
Que esta última semana traga força e muitas memórias boas.
E que o fim seja um outro recomeço.
